sexta-feira, 4 de maio de 2007

Encontro



Encontro

Encontro-Te todo dia aqui
Solitário e escuro
Com teus olhos tortos
Teu rosto de monstro
O violão falando por ti

A tristeza dedilhando cordas
Invisível aos olhos dos outros
Sendo que teu rosto roto
Sobressai qualquer melodia

Janela aberta para solidão
Se soubessem o que passa no teu coração
Talvez tivessem pena de ti os mais sensíveis

Corcunda
Mãos e violão
E por dentro um coração
Que já cansado de emoção
Só possui o vazio musical
De partituras cravadas

Dois olhos

Dois olhos...
...bonitos

Uma vida triste

Olhos bonitos olharam para a vida triste
Vida triste ficou com olhos bonitos...

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Letargia


No banco de uma praça solitária
Uma bela mulher
Angustiada por ser.

Por baixo de um vestido rendando
Um seio palpitante, descontrolado
Grita desesperado
Por vida e preenchimento

Seu rosto impassível entretanto
Não revela seus medos, segredos, espanto
Olhando-a não se percebe
Que sua alma clama por alegria

Só mais uma estátua de gesso
Com mil máscaras de sorrisos
Para retocar as lágrimas...
Finge não amar, não sentir e não ver

Tem a intenção de sair correndo sangrando
Movendo obstáculos e em prantos
Subir ao cume da vitória
“intenção que não é ação”
sussurra o mundo esmagando

Grita mundo, grita!
Grita que esta mulher é surda
De nada vale a consciência do ser
Para uma alma em letargia profunda